Como prevenir escaras ou úlceras por pressão? Quem passa muito tempo na mesma posição ou quem cuida de pessoas assim, vive com este dilema.
Por mais que haja cuidados, as feridas geradas pelo contato constante da pele com a superfície da cama ou da cadeira de rodas – chamadas de escaras ou ainda de úlceras por pressão – são de difícil cicatrização e podem aumentar rapidamente.
Por isso, preparamos este artigo com dicas sobre o assunto.
Confira.
Como surgem as escaras?
As escaras ou úlceras por pressão são um problema recorrente em pacientes acamados ou mesmo usuários de cadeira de rodas que permanecem muito tempo na mesma posição.
Pode acometer tanto pessoas que se tratam em casa, como em hospitais ou em lares para idosos.
Geralmente, elas surgem na região sacral, nos lados do quadril, nas nádegas, nos ombros e até nos calcanhares, por serem áreas que mais têm contato com a superfície da cama ou da cadeira de rodas.
Com a pressão, a circulação sanguínea fica prejudicada, favorecendo os danos na pele, que se agravam com o passar dos dias e com a falta de tratamento.
Assim que surgem, as escaras podem mudar de estágios:
- Grau 1: Hiperemia, afeta superficialmente a pele, que fica com um vermelhidão. Se for aliviada a pressão, costuma desaparecer o tom avermelhado;
- Grau 2: Isquemia, afeta as camadas da pele, sendo normal o aparecimento de bolhas;
- Grau 3: Necrose, apresenta lesão no tecido muscular;
- Grau 4: Ulceração, acomete estruturas profundas, chegando a expor ossos e articulações.
Como prevenir escaras ou úlceras por pressão?
Por se tratar de problema grave, a questão exige um cuidado preventivo muito grande de médicos e dos cuidadores dos pacientes.
As feridas são de difícil cicatrização e, o tratamento, de longa duração, podendo durar muitos meses, causando grande sofrimento ao paciente e dificultando a reabilitação da doença principal.
Por isso, para aquelas pessoas que estão lidando com o paciente acamado, selecionamos algumas dicas para prevenir as úlceras da pressão:
Mudança de posição
Para paciente sem condições de variar a posição por conta própria, o cuidador deve fazer isso a cada duas horas.
Assim, regiões de protuberâncias ósseas, como tornozelo, quadril, sacro, escápulas e cotovelos, não ficam pressionando a pele sobre o colchão.
Qualquer sinal de pele avermelhada pode ser um indicativo de início da úlcera.
Boa hidratação do paciente
Uma pele seca é mais propensa a rachar e formar a úlcera de pressão. Por isso, a utilização de cremes e óleos à base de girassol e vitaminas ajudam na prevenção.
Filme adesivo protetor
Use filme adesivo protetor, como o Hypafix. Em regiões com protuberâncias ósseas, ajuda a evitar a maceração da pele e a consequente formação da úlcera.
Colchão
Utilize um colchão caixa de ovo de ar, preferencialmente aqueles com motor acoplado ao colchão que faz com que o ar circule, distribuindo melhor a pressão.
Esse colchão é utilizado sobre o colchão normal, colchão pneumático.
Pacientes com incontinência
Os pacientes com incontinência devem receber cuidados rigorosos quanto à higiene, à troca da fralda e à troca da roupa de cama para prevenir o surgimento de dermatites e feridas.
Almofadas
Utilizar almofadas e rolos posicionadores nos pontos críticos de formação de escaras. Os cadeirantes devem sempre ter um cuidado com a almofada da sua cadeira de rodas a fim de evitar a pressão na região sacral.
Como tratar as escaras ou úlceras por pressão
Uma vez que o problema se instalou, é hora de recorrer a tratamentos apropriados. Aqui também vale a regra de quanto antes for iniciado o tratamento melhor.
A forma de tratar vai variar conforme o estágio em que a escara estiver.
Em geral, para as lesões iniciais, se for feita corretamente as ações de alívio da pressão – como a de virar o paciente regularmente – e os cuidados com a higiene, é possível até que a lesão regrida sozinha. Pode ser que haja a necessidade de curativos simples e limpezas constantes dos ferimentos, de preferência com soro fisiológico.
Para os casos mais graves, no entanto, como do grau 4, pode haver a necessidade de cirurgia para retirada das partes afetadas com a necrose do tecido.
Recomendações finais
Vale lembrar que para qualquer dos estágios, o tratamento deve ser prescrito por um médico especializado.
Não caia na tentação de achar que entende do assunto e utilizar produtos ou remédios por conta própria, pois podem agravar o quadro das lesões, ou ainda, atrasar o procedimento correto de tratamento.
Não confie apenas na palavra do paciente, pois, muitas vezes, ele nem mesmo sente mais a região afetada e pode nem reclamar.
O melhor é estar o tempo todo atento e fazendo as inspeções visuais das possíveis partes que podem gerar as escaras.
Se o seu familiar acamado encontra-se em lares e ficam sob os cuidados de outras pessoas, certifique-se nas visitas de avaliar como está a situação em relação à formação das escaras e o que os cuidadores fazem como prevenção.
Tenha em mente que as feridas serão sempre um problema a mais para o paciente acamado ou em cadeira de rodas e que todos os esforços possíveis devem ser feitos para prevenir as escaras e úlceras por pressão.
Aproveite e compartilhe este artigo com seus amigos ou com pessoas que sabe que têm pacientes acamados na família.